Por Odilon Euzébio.
No mundo ocidental, a reflexão sobre a relação homem-natureza tem sido trilhada por uma oposição entre essas duas instâncias. A nossa civilização aprendeu a separar o natural do social, a selvageria da civilização, a barbárie da ordem e do progresso. Assim, realizou-se um afastamento da desordem e do caos da natureza, caminhando para um mundo regido por regras, controles e conhecimentos comandados pelo homem. Caminhou-se, seguramente, para uma separação do homem em relação à natureza no plano do pensamento e evolução da teoria e do conhecimento científico.
A partir do século XVIII, passamos a ter
uma visão histórica e material dos usos dos recursos naturais claramente
definidas. Entretanto, Com o regime capitalista que visa buscar lucro e
acumular riquezas, retira-se o possível e o impossível da natureza, quebrando a
harmonia natural e os ciclos de formação de tudo. A idéia de que o homem é o
dominador e pode fazer o que quiser quando se trata da natureza, sempre
refletiu nas suas ações quanto ao seu semelhante: acúmulo de riquezas por um
lado e miséria e degradação social e ambiental pelo outro. Nunca, no passado, a
humanidade teve diante de si a perspectiva do seu próprio extermínio, já que o
capitalismo irracional pode nos levar a um desastre de proporções imensuráveis.
Além da degradação social, efeito estufa, acúmulo de lixos de toda espécie,
inclusive atômico, destruição de florestas, desaparecimento de espécies e
redução da diversidade biológica. Vemos a ocorrência de furacões na América
Central, Caribe e Sul dos Estados Unidos. Chuvas torrenciais e enchentes na
Ásia, dentre outros. É o resultado da dissociação que o homem promoveu entre
ele e a natureza. Não estabeleceu critérios de convivência. E quando temos um
protocolo de Quioto, Rio Isso, Rio Aquilo, temos grandes Nações que se recusam a
reduzir a emissão de gases, desmatamento e proteção ao meio ambiente em geral.
Não querem deter a sua marcha predatória. Não querem a implementação de
energias limpas como a energia solar, eólica e etc, porque não gerariam os
lucros exorbitantes a que estão acostumados. A base do capitalismo está aí,
lucro. Portanto, a natureza não só foi fundamental ao desenvolvimento
capitalista, ela continua sendo e o será por um longo tempo.
As medidas protecionistas ao meio
ambiente ainda são muito tímidas, quando comparadas ao desastre que ele sofre a
todo o momento. Apesar de tudo, acho que a natureza ainda terá que suportar
muita degradação até que o "bicho homem" entenda que está
extrapolando todos os limites plausíveis, carregando tudo o que está
disponível, com muito pouca preocupação com o futuro das suas gerações e todas
as outras espécies de vida do nosso Planeta.
Temos que continuar lutando, sempre e
incansavelmente, para que haja maior respeito e racionalidade na explorarão dos
recursos naturais disponíveis, de forma sustentável, para que esta nossa Grande
Casa possa continuar sendo um mundo saudável.
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