Articulação da editoria do Jornal
dos Amigos
O
primeiro trem a circular no Brasil foi puxado por uma locomotiva chamada
Baronesa. A data histórica de sua primeira viagem é o dia 30 de abril de 1854.
Percorreu a distância de 14 Km compreendida entre o Porto de Estrela, situado ao
fundo da Baía da Guanabara e a localidade de Raiz da Serra, em direção à cidade
de Petrópolis, Rio de Janeiro. Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá
(depois visconde), foi o responsável pela construção dessa ferrovia por uma
concessão dada pelo príncipe regente D. Pedro II. A ferrovia ficou conhecida por
Estrada de Ferro Petrópolis ou Estrada de Ferro Mauá. A estação ferroviária
localizada no Centro do Rio de Janeiro hoje leva o nome de Barão de Mauá.

Quando da Proclamação da República, em
1889, já existiam no Brasil cerca de dez mil quilômetros de ferrovias, mas foi
no início do século 20 que se deu um grande passo no desenvolvimento das
ferrovias, tendo sido construídos entre 1911 e 1916 mais cinco mil quilômetros
de linhas férreas. A expansão ferroviária do início do século 20 trouxe então
desenvolvimento econômico e social para inúmeros municípios do interior
brasileiro, como Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul.
A Estrada de Ferro Central do Brasil
foi um marco importante na história ferroviária brasileira. Ela era a única
ferrovia verdadeiramente nacional, já que ligava entre si os três principais
Estados do Brasil: Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Esta interligação
tinha um enorme movimento de pessoas e cargas, e foi importantíssima no
escoamento da produção das jazidas de minério de ferro de Minas Gerais.

A locomotiva Carioquinha (apelidada de Charutão) foi construída pela General
Electric. É semelhante às locomotivas GE U12B e GM G12, com a cabine de
operações no meio da máquina
Em 30 de setembro de 1957 foi criada a
Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA), que unificou 42 ferrovias
existentes mo Brasil, criando um sistema regional composto por 18 estradas de
ferro.
A rede ferroviária é estendida por 25
mil quilômetros, alguns ramais já eletrificados, com ligações para Bolívia,
Argentina e Uruguai.
É nessa época que surgem as primeiras
locomotivas a diesel no Brasil.
Mas foi no governo do presidente
Juscelino Kubitschek, empossado em 31 de janeiro de 1956, governou até 31 de
janeiro de 1961- que se deu o desaquecimento na construção de ferrovias para dar
ênfase à construção de rodovias, como a Belém-Brasíla (Pará-Distrito Federal). O
Plano de Metas do governo contemplava a implantação da indústria
automobilística, com interesses também no desenvolvimento da indústria
petrolífera e nos derivados de petróleo. A política que se seguiu nos governos
militares não foi diferente, inclusive desativando estradas de ferro, ao invés
de expandi-las.
Em 1996, as ferrovias são privatizadas
e suas linhas divididas por várias empresas: América Latina Logística, Brasil
Ferrovias, Companhia Ferroviária do Nordeste, Ferrovia Centro Atlântica,
Ferrovia Teresa Cristina, MRS Logística e outras (veja a totalidade das empresas
e mapa de localização das ferrovias no link para a página do Ministério dos
Transportes).
A RFFSA entrou em liquidação a partir
de 1999. Está incluída no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) a extinção
definitiva dessa outrora importante rede estatal.
Em 2008, o governo federal anuncia a
construção do Trem de Alta Velocidade Rio-São Paulo-Campinas, incluindo o
projeto na cartilha do PAC. A proposta é que o trem-bala brasileiro esteja
circulando nos trilhos até 2014, ano em que a Copa do Mundo deverá ser sediada
no Brasil. O projeto marca a retomada no investimento na malha ferroviária do
país, que ainda se encontra em degradação.
O que restou da malha
ferroviária no Brasil
A malha ferroviária brasileira é
obsoleta, com traçados antigos sem a lógica da menor distância entre dois
pontos, em que correm lentos os enormes trens cargueiros. Os serviços de
passageiros praticamente acabaram, dando lugar ao transporte de carga em que
trafegam principalmente minérios da companhia Vale, produtos agrícolas, bobinas
de aço, toras de madeira, combustíveis, containers, carvão mineral etc. A única
linha de passageiros que ainda preserva serviços diários de longa distância, com
relativo conforto, liga Belo Horizonte, em Minas Gerais, a Vitória, no Espírito
Santo. Os serviços ferroviários de passageiros ficaram restritos aos subúrbios
nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Maceió, João Pessoa, Natal,
Recife, Fortaleza e Teresina. Entretanto, ainda existem algumas ferrovias que
servem ao turístico como a Curitiba-Paranaguá, Paraná; a Campinas-Jaguariúna,
São Paulo e a linha urbana do Memorial do Imigrante, também em São Paulo.
Transporte ecológico-social
Hoje é sabido que o transporte
ferroviário é o mais ecológico e social existente. Isso porque, além de
transportar o maior número possível de carga e pessoas, a construção de estradas
de ferro causa menos danos ao meio ambiente que a construção de rodovias.
As ferrovias não compactam e
impermeabilizam solos e, mesmo suas locomotivas sendo a diesel, poluem menos que
a quantidade de veículos que trafegam por rodovias. Seja transportando carga ou
pessoas, o trem é um transporte seguro, confortável e custo menor por quilômetro
transportado.
Disponível em http://cabana-on.com/Brasil/artigos/artigo22.html, acesso por Odilon Euzébio em 23.01.2013.
0 comentários Blogger 0 Facebook
Postar um comentário
Click to see the code!
To insert emoticon you must added at least one space before the code.